segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Aguentando o repuxo

Já dizia Cesár Oliveira e Rogério Melo: 
"Faz dias que esta saudade
Me cutuca e me incomoda
Pior que prego na bota
Quando empeça a castigar
Que troço mais sem sentido..."

Saudade nunca faz sentido, sentimento maleva que só se serve pra deixa o indío achicado. Coisita braba que judia e fica remoendo no peito. Tudo o que nos remete a pensamentos bons, nos traz saudade. 
Saudade de casa, saudade dos amigos, saudade de um lugar, saudade de um bicho, saudade de uma bóia gorda, de um trago de cana ou de uma bergamota colhida no pé. Saudade, saudade, saudade, tudo é saudade quando se está longe. 

A comida feita por mim mesmo não tem o mesmo gosto, a ligação para as pessoas que gosto não tem a mesma voz, as lembranças são diárias e cada vez menos passageiras. Saudade nunca faz sentido, e se fizesse? Qual sentido faria? O sentido da tristeza e da angústia? Do querer e não poder? Quase não existem bons motivos para a existência da tal Saudade.

A vida nos da escolhas e com elas, escolhemos junto as saudades, feitas para darmos valor ao que temos, ou tínhamos, antes de partir novo rumo. É tropeando pelo mundo que se vê o real valor das coisas.

Pro ano, se o Patrão permitir, vou matar minhas saudades. Uma por uma, sentindo o gosto do bem querer, como se fosse a primeira vez. Por enquanto, sigo meu rumo, relembrando o pago do Itaroquen. Saudade, saudade, saudade, pior que prego na bota! 

                                                                                                                  Pelanka Culau















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